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sábado, 30 de outubro de 2010

Entorpecido

Deve ser o acaso que milagrosamente me faz ainda acreditar.
Devem ser meus trinta anos e alguns maços de cigarro, que me fazem escutar oque eles dizem.

Em algum lugar a mim desconhecido morreu a vaga ingenuidade.
Em alguma cidadela infeliz, deixei escapar o brilho de meus olhos fundos.

Meu hábito noturno e minha insensatez descontrolada, refugam minha nostálgia.
E o que era ouro pra mim, hoje é pó.
Mas ainda tenho sede e ganância.

Eu sei que alguma coisa aconteceu.
Mas o que mudou em mim, não desvirtua meus passos.
Ainda creio em enganos e falácias.
Consumo promessas e bebo da virtude dos tolos.

Há algo prometido aqueles que cresceram no desalento.
E um gole de vontade própria pode fazer bem, até mesmo aos inertes e evasivos como eu.

Mas confesso que aqui na escuridão do meu quarto, e dos meus sonhos, preferia não ver luz.
Confesso que não acerto em respostas óbvias e meu comprimido diário não me gera alívio.
Confesso que enquanto você estava sorrindo, eu aqui perdia o sono,divagando sobre meus dias.

Em algum lugar dentro de mim , procuro o sorriso que me trazia certeza, de que o amanhã não seria a mesma velha coisa.

Nos olhos de uma pequena, eu pude acreditar que sorrir é mesmo um sinal de esperança.
E no sorriso dela, abri meus olhos ao encanto, e consegui dormir aquecido.

Canto e absorvo a beleza dos que vivem.
Grito aos quatro cantos e ao imenso vazio:
Eu sou  teu destino...Eu sou tua manhã.

Bla bla bla e a canção continua... E o térno pendurado.

Meninos brincando, e eu alí. Sorriso de lua e conjurações ao mundo.

Mas tudo é ópio e utopia. Tudo é o velho desejo e o vinho na taça.
Alguns goles de realidade e a minha vontade própria torna-se neblina...E paira sobre mim...e paira sobre mim...



Igor Daniel Britto

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