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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Cego

Não há nada lá fora. Só chuva e vento...
Ou quem sabe o mesmo sol que insiste em cegar.

Não há nada com que se preocupar. Apenas as mesmas coisas de sempre... Nada que não tivesse nos matado antes!

Estamos sós! Sim estamos... Como um barco a deriva...Como aqueles homens que livram-se do frio abraçados em volta da fogueira...como os tolos e seus cânticos esquecidos e seus amores perdidos...como eu.


Era só mais um alarme falso.
Outro destes romances fracassados.
Outro tapa na cara do cego!
Era apenas eu e minha breve rotina vazia.
Eram os casais passando e seus algodões doces.
Era o menino chorando na janela e a casa húmida.
Era o toque dos sinos e a boca aberta.
Era o grito dos vagos e a saudade de um tolo...como eu, que chora sem parar.

Corro pro vale das sombras onde o astro não zomba de mim.

Nem mais um dia... Eu juro por ele, que nem mais um dia!!

Escondo-me do sol... Aqui em meu cantinho frio, onde as promessas não se quebram.
Aqui neste cantinho sem encanto...como eu...vazio.

Lá fora não havia mesmo nenhum motivo pra se preocupar ou quem sabe sonhar de novo... Eu não me atreveria a tanto!

Quando eramos crianças a chuva no telhado nos encantava e teus passos como os meus eram singelos. E não havia nada, eu digo que não havia nada que nos causasse medo!

Ok! Talvez sejá só o tempo ou os anos curtos repletos de dias sem fim. Mas eu vi você aqui, sonhando e sorrindo como ninguém mais sabe!
Eu tive um delírio ou quem sabe uma febre forte e talvez, eu digo, talvez, eu tenha sentido teu coração bater mais forte.

Mas hoje é tudo tão simples e tão triste, que nem mesmo eu de tão tolo sei flertar com você ou me engano comigo mesmo,permitindo-me sorrir novamente.

Hoje bem que eu queria um motivo pra não dormir encolhido ao chão.
Hoje eu bem que poderia dar um oi ao astro ou te ligar...Mas continuo aqui...sozinho e imóvel....como um tolo que não deveria amar... como eu.


Igor Britto

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